Seu rosto, próximo e iluminado como um milagre, contemplado
por uma noite de lua, contra os efeitos do tempo.
Seus olhos procurando estrelas com os seus desejos em voltar
para casa, desimpedidos ao demonstrar amor, breves como o vento que chega e
parte para outro lugar.
Seu corpo proclama seu espaço, possuindo uma única cor,
semelhante ao mais belo céu que encontrei em outro ano. Singular em suas
medidas, desconstruindo os pensamentos em gestos bruscos e uniformes como quem
dança o som da liberdade outra vez.
Os lençóis registram
suas curvas, rouba minúsculas partes marcando o tecido desgastado, Friccionando
a pele entre as linhas, absorvendo a
coreografia de suas loucuras tal como o figurino compõe a ideia de um
personagem, rasgando o véu do tempo em ritmos
histéricos e constantes.
Surge ao cair da noite e parte antes dos raios de sol, sem
culpa ou saudade e retorna em outra lua com alguma nova dor, volta por amor e
um pouco de vaidade.