A garrafa de Gim secava ao lado da cama enquanto os
pensamentos transbordavam sobre os lençóis, a boca ensaiava os movimentos de
cada palavra como um menino que nunca amou e certo dia encontra a sua razão de
estar vivo, aparentava flutuar com os sopros do ventilador.
Meia Noite, uma hora da manhã? Meu tempo estava mais perdido
que meu coração, meus olhos desenhavam as curvas daquela mulher no quarto
escuro.
Os cachorros inquietos no quintal rompia o silêncio, mas
nada cortaria o elo estabelecido entre o álcool no sangue e tamanho
encantamento por uma mulher como aquela, talvez tenha feito um pacto com seus
lindos olhos ou uma promessa leviana com Deus.
Apenas uma dose e logo estaria dançando uma valsa com a
minha solidão, embriagar- me de seu perfume nas paredes do quarto e despertar
durante a manhã em um Oasis no paraíso.
Por fim à noite aos poucos se despede com a chuva. Imagino
seu corpo repousado sobre a cama, sua pele coberta entre tecidos, massageada
com os ventos do litoral que procuram
desvenda cada segredo seu, espalhar o seu perfume pela casa, levar ele
ao meu encontro, despertar meus instintos... Qualquer coisa que valha a dor
vale o amor