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domingo, 8 de dezembro de 2013

Assassina de Pripyat



Maisha Korolenko, 27 anos, Assassina Profissional, conhecida por trazer a cabeça de seus inimigos em um baú aos seus contratantes, suas negociações são feitas na cidade fantasma de Pripyat, a mesma onde ocorreu o acidente com as usinas de Chernobyl e evacuada até hoje por concentrar radioatividade desde 1986.

Maisha tem um passado escuro e desconhecido, o que foi um grande trunfo para sua ascensão como assassina, sem um passado, não existiria armas para detê- la. Aos 22 anos Maisha já era temida por inimigos públicos, não recusava trabalhos, aquele que um dia poderia contratar sua sofisticada atividade, poderia ser seu alvo amanhã.

A misteriosa assassina tinha uma grande singularidade, ao se encontrar com seus clientes, marcava o local em uma escola da antiga cidade de Pripyat para as negociações, alguns relatos anônimos afirmam que familiares eram funcionários da usina e morreram no acidente com as consequências da radiação e Maisha foi à única sobrevivente da geração, outros dizem que seu pai era um espião americano e por ser casado com sua mãe Ucraniana tinha passe livre pela União Soviética e roubou informações importantes do estado até ser capturado pela KGB.

Maisha construiu uma reputação inabalável e protegida por suas lendas, fato é que ninguém podia parar essa mulher e seus feitos, até um dia de rigoroso inverno soviético...

Maisha se dirigiu até Pripyat onde se encontraria com um chefe de estado soviético no qual a contrataria para mais um trabalho sujo da elite do poder, a tarde em uma cidade fantasma não mudava a sua estética morta entre plantas crescendo em fendas de concreto e metal enferrujado, o silêncio do local quebrado pelos ventos que anunciavam o inverno eram horripilantes, mas Maisha não temia o desconhecido.



O homem não compareceu ao local na hora marcada, Maisha logo notou que seria uma emboscada, analisou a situação e chegou a conclusão de que não atacariam no momento, era simples, estavam colhendo informação como confirmação do contato e imagens fotográficas para o dossiê, ela muito sensata, se dirigiu para fora do local em alerta, porém sem realçar qualquer movimento brusco que pudesse entregar suas conclusões e saiu da cidade.


Maisha tinha outras maneiras de se comunicar com os seus contratantes, principalmente quando as informações eram de alto grau de confidencialidade e por isso deveriam ser passadas em códigos por transmissões fantasmas, o sistema era usado para que vários assassinos mercenários recebessem a informação, Esse foi o código:






A mensagem decretou uma busca sanguinária pela cabeça da Assassina Maisha Korolenko, ela não conteve o sorriso no rosto, pela primeira vez era um inimigo aos interesses de sua própria nação e deveria agir para sobreviver ao invés de matar seu alvo.

No dia seguinte, o sol não havia tocado sua luz sobre o solo e Maisha estava na estrada e pronta para a sua missão, não era seu estilo se manter escondida, ela dirigia pela rodovia principal em direção a Moscou como qualquer usuário, mas logo notou que estava sendo seguida por dois carros pretos. Maisha manteve a velocidade do carro, um dos carros tomou a frente do veículo da assassina e ela freou bruscamente desviando a direção do veículo para o canteiro despencando de uma pequena depressão do solo e batendo o carro em uma árvore, os mercenários logo foram em sua direção para terminar o serviço, ao abrir a porta do carro dela, não encontraram ninguém, eles perceberam que nesta situação eles seriam os alvos, tarde demais, Maisha estava posicionada em um pequeno monte e pronta, disparou rapidamente dois tiros sobre os amadores que caíram ao solo. Maisha aguardou alguns minutos no local e logo depois foi em direção ao veículo de um dos falecidos assassinos e retomando sua viagem até Moscou


Em poucas horas, Maisha estava na cidade de Moscou, um lugar movimentado era impróprio para uma abordagem tão direta quanto a que houve na rodovia, nenhum assassino seria tão imprudente a tal ponto, então ela resolve parar o carro em um Café e descer para comprar algo. No Café ela troca poucas palavras com um senhor e sai pela porta dos fundos do estabelecimento em um carro vermelho sem que ninguém note.


Maisha chega ao seu destino, o congresso de Moscou, ela permanece dentro do carro de vidros escurecidos, aguarda algo, ao longe escuta uma grande explosão, o carro preto dos assassinos que ela matou explodiu, Maisha havia plantado uma bomba e orientado ao senhor no café a levar o carro próximo ao parlamento, o motivo do feito era chamar a atenção da polícia da cidade e acuar os sanguinários assassinos para que ela pudesse entrar no prédio do governo.


No parlamento, todos os funcionários e seguranças permaneceram alertas para um possível ataque terrorista e se concentravam nas entradas do prédio, Maisha sai do carro e segue para um pequeno supermercado próximo ao prédio das autoridades nacionais com uma pasta, seu objetivo era entrar no parlamento e ficar frente a frente com os mandantes de sua execução.

O caos com a explosão do carro estava espalhada pelo centro de Moscou, a maior parte da polícia da capital estava trabalhando para contabilizar as perdas e seus respectivos culpados pelo incidente, Maisha, já dentro do mercado, se encontra com um amigo no qual troca algumas palavras e entrega a maleta, o amigo esboça um leve sorriso junto a Maisha e leva a maleta para dentro de um pequeno escritório.


O relógio marcava 12h00min na cidade de Moscou quando em frente a porta principal do parlamento inicia uma pequena concentração de pessoas que em um canto só, exigiam melhores salários, logo a multidão chamou a atenção dos curiosos e partidos políticos de oposição pouco tempo depois se reuniram formando uma grande manifestação na porta do prédio. Maisha ensaiava uma pessoa fazendo compra, larga a cestinha com os produtos e se dirige para fora do estabelecimento sumindo na multidão.

Um pequeno palanque foi montado na rua e discursos progressistas entoaram a voz do locutor, o povo em chamas repetia as besteiras com fervor e logo a polícia chega para controlar a situação e acalmar os ânimos dos civis.

Os líderes de estado estavam apreensivos quanto a um possível quebra na rua e que poderia se estender até o parlamento e logo exigiram a evacuação dos líderes por motivo de segurança até que tudo voltasse  ao normal e assim foi feito, não demorou muito e helicópteros do governo chegaram ao local e retiraram os líderes e dentre eles estava aquele a quem Maisha anseia encontrar.


Ivan Stravinsky era o parlamentar que através de um rastreamento feito por Maisha, seria o mandante da execução dela, ele entrou na aeronave com pressa, mal poderia esperar para partir e logo decolou. Ivan perguntou ao piloto qual seria o destino e sem hesitar o piloto responde: vamos sobrevoar a cidade por alguns minutos, a aeronave está aguardando mais um passageiro para partir, Ivan questionou qual autoridade nacional seria, mas nada foi respondido.


Depois de uma hora sobrevoando a cidade, Ivan nota que Moscou estava para traz e florestas foram tomando a paisagem adiante e questiona o piloto sobre o destino novamente, o piloto responde que iria pousar em um campo aberto logo e assim o fez, com a aeronave em solo e desligada, o comandante solicita que Ivan desça, e ele ainda questionado sobre a manobra, desce acompanhado do piloto que ao tirar o capacete, revela sua verdadeira identidade, era Maisha Korolenko, a temida assassina que ele ordenou o assassinato. Ivan travou os olhos na mulher sem passado e perplexo ficou ao saber que suas pernas não o obedeciam mais, diante da cena, Maisha abre o diálogo.

- Meu querido Ivan! Não precisa dizer nada, eu sei que está surpreso ao me ver, achou mesmo que eu não saberia que você seria o mandante de meu assassinato?

- Ivan... Como você é tolo, eu não iria correr pelo mundo me escondendo, existem bons assassinos por ai, nunca desejei uma vida normal, filhos, casamento, essas besteiras que você tem, eu escolhi ser uma assassina, não tenho passado, família, quem iria se importar com isso?

- Você Ivan, tem a perder muito mais que eu, certo? Sim, eu sei que você questiona tudo que aconteceu hoje, mas eu posso te explicar.

Maisha fala sobre como planejou a captura de Ivan:

- O carro que explodiu foi só um pretexto de segurança para que a multidão acuasse os assassinos que me vigiavam procurando a oportunidade de concluir o trabalhado e chamasse a atenção da polícia da cidade para aquele local, já a manifestação foi armada sob meu comando para alguém que me devia um pequeno favor, foi premeditado que a oposição ao governo utilizaria a oportunidade para somar junto aos cretinos barulhentos na porta do parlamento e vocês como sempre sairiam correndo da fúria, e como faria isso? era impossível sair andando ou em um veículo, logo pelo ar seria a melhor opção e prevendo sua atitude, me misturei na multidão e despistei aqueles que me seguiam, foi onde peguei um veículo e segui até o heliporto, rendi um dos pilotos e comandei a aeronave até o parlamento, o piloto esta amarrado debaixo do banco do helicóptero e agora estamos aqui...

Ivan, certo de que estava nas mãos da astuta assassina, perguntou:

- Qual seria o seu próximo passo senhorita Korolenko ? Matar-me não mudaria a ordem de seu fim, seria uma questão de tempo até alguém lhe encontrar.

Maisha abre um grande sorriso:

- Ivan... Não imaginava quão tolo você seria, minhas expectativas se superam a cada segundo, mas vou lhe contar o que acontecerá. As autoridades já devem estar sentindo a sua falta, você é o mais importante parlamentar do governo.

A noite se aproxima e o governo busca por Ivan pelo espaço aéreo de Moscou até que a aeronave se encontra sobrevoando em direção ao parlamento e logo é escoltado por aeronaves do exército até seu pouso onde o piloto é rendido, mas estava sozinho, ele explica os acontecimentos para as autoridades competentes.

Esse foi o tempo em que Maisha precisava para roubar um carro na rodovia e chegar até Pripyat onde abandonou Ivan nu, próximo a usina prevendo que a contaminação radioativa e um tiro terminasse o trabalho e seu corpo demorasse em ser encontrado. Maisha seguiu para Moscou novamente para concluir o seu plano.

As autoridades rastrearam os dados da assassina com base nos arquivos e a descrição do piloto que Maisha rendeu e estavam cientes aparentemente dos motivos de todo aquele dia incomum na cidade, só não esperavam que um novo episódio fosse acontecer durante a noite.

A imprensa foi chamada em peso e o espetáculo iria começar...


Maisha chega ao aglomerado de repórteres, faz um refém e inicia seu discurso com um tiro para o céu, entre o susto, os sedentos por notícias transmitem ao vivo para toda a nação a imagem da moça que aponta a arma para a cabeça de um jovem.

Maisha diz:


- Não pretendo matar esse jovem, mas não faça movimentos bruscos até que eu termine o que tenho a dizer.

- Meu nome é Maisha Korolenko, tenho 27 anos, sou uma assassina profissional, a muito tempo eu trabalho para os bastidores de nossa sociedade, máfia russa e governo como uma apaziguadora de ameaças dos dois lados.

- Nasci filha de uma pai espião americano e uma camponesa ucraniana, meus avós foram vítimas do acidente em Pripyat, meu pai foi capturado e morto pela KGB, minha mãe morreu no parto por complicações, cresci sozinha em um orfanato onde fui abusada por funcionários e passei fome até ser livre, entrei para esse mundo afim de descobrir o que mais se passava longe dos olhos de quem vivia no conforto de sua casa e descobri o quão podre era essa terra. Tornei- me uma lenda no submundo dos assassinos por acaso do destino, a necessidade de sobreviver é um talento nato, foi o que precisava para chegar até aqueles que não sujavam suas mãos de sangue, nunca matei ninguém até hoje, o destino das vítimas eram decididos em uma assinatura muito antes de um contrato comigo ou qualquer outro assassino profissional. Pripyat foi o cenário que escolhi para tantas transações, um abstrato ao meu modo de vida, cidade condenada assim como minha vida, mas sempre tive em mente que esse dia chegaria, o dia em que a verdade, mesmo que contestada e apagada na lembrança daqui a alguns anos, fosse revelada para que o mundo saiba o que acontece por baixo do tapete da elite. Esta noite, não tenho números para contar quantas armas estão apontadas para mim, e não estou falando só do exército e polícia, estão presentes meus companheiros de profissão, todos assistem esse humilde discurso de uma órfã. Na noite passada foi assinada a minha sentença amigos, da minha arma partiu balas onde matei direitistas e esquerdistas, chefes da máfia e futuros opositores políticos, mas hoje a minha arma disparou pela ultima vez, Ivan Stravinsky repousa no inferno atormentado pelos pecados que cometeu, ele foi o mandante do meu assassinato. Você pode estar perguntando se esse era o meu motivo para mata- ló, eu te respondo não, o motivo pelo qual o intocável Ivan Stravinsky foi morto é simples, Ivan era um dos líderes da nação e assistia seu discurso na TV do orfanato, seus discursos eram impactantes e suas ideias futuristas, ele demonstrava tanto amor ao seu povo e eu olhava para ele com a esperança de que algo mudasse em minha vida, mas os dias se passaram e lá estava o orfanato e o inferno que era viver abandonada naquele lugar sujo e sórdido, quando cresci, lá estava Ivan, matando opositores, discutindo como afastar os olhares do povo das verbas públicas, ele foi à única esperança de uma menina que cresceu no inferno, conhecer o céu, mas na verdade... Ele era o demônio o tempo todo e hoje foi o dia da condenação, na pasta que está no carro azul parado ao lado daquela van preta está um dossiê que preparei durante muitos anos.

O silêncio era profundo para uma cidade movimentada como Moscou, Maisha finalizou inesperadamente o seu discurso:

- Amigos assassinos, todos buscam sua honra como profissionais e hoje dividirei a minha com todos vocês, peço a cada um presente nesse local que aponte a arma em minha direção e atire com apenas uma bala, o ciclo se fecha aqui, mas outros continuaram adiante, onde existir luz, haverá a sobra de um assassino na escuridão, fim!

Maisha larga o refém e os policiais correm para prende- La até que disparos são escutados...

Os assassinos no local alvejaram com um tiro cada totalizando seis capsulas disparada. Maisha caiu ao chão já sem vida e o mais impactante foi o leve sorriso de menina estampado em sua face já sem vida, ela sabia que não iria mudar muita coisa daqui para frente, porém trouxe a luz da verdade e a possibilidade de mudar a vida das meninas daquele orfanato.


Desde então, Maisha ficou conhecida com a assassina de Pripyat











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