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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Sonhos Artificiais Parte 3




O gelo no copo adormeceu a ponta de meus dedos assim como a noite tratou de furtar meu sono.

Vou interromper a simetria de minhas almofadas no sofá, procurando o sonho que não realiza- se ou o sono que não chega.

Vou cantarolar uma canção de amor e convencer alguém sobre o que digo, como tudo  isso é real e profundo semelhante a poesia, torna-la escravo de um ideal e em seguida desmentir por vaidade

Sonhos Artificiais Parte2




Em um bater de asas trago- lhe o perfume e a melodia que transborda seu coração em paz e perdão.

Distante, assentado sobre uma estrela, vigia teu coração batendo, refugiando teus segredos, movendo o teu estranho desejo de ser feliz por cada parte de seu corpo e dissolvendo a dor com doce esperança em um breve sorriso

Sonhos Artificiais Parte1





Desperto em uma manhã singular onde em um silêncio pleno, vejo a liberdade no bater de asas de cada pássaro antes em repouso.


As cores ao redor instiga o conhecimento, desafia o autor a descreve- las com o amor que o mesmo desconhece, regata o profundo e descrente mover de fracassos. A fé dispersa em outro tocar de joelhos ao chão.

sábado, 1 de agosto de 2015

Adeus Madrid!





Olhe para trás e entenda de uma vez por todas que esses são seus pedaços no chão.

A borboleta que orquestra sua felicidade passou diante de seus olhos,  pousou em seu ombro enquanto tão pouco você ousou sonhar.

Segura o tempo com as duas mãos,  mas ele escapa entre os dedos como areia fina e seca da praia, retornando ao montante que não lhe pertence mais, misturando- se ao vento que com a brisa do mar, engana teus olhos secos e atentos sobre o amor que não vive.

Adeus Madrid!

Afirmou com determinação que teu amor era como o próprio oceano,  todavia venho e vejo uma poça d'agua  que ao extremo de seu desespero tenta em todas as vias não permitir que o sol, em sua glória,  venha seca- lá por sua vez.

Jamais poderia eu construir quando não adimites estar destruída. Resta o adeus que cala outra vez a esperança,convida no peito por um dia qualquer de uma estação em que alguém aguarda o meu encontro. 

domingo, 26 de julho de 2015

That's What She Said






Encaixo- me em teus braços como a engrenagem do relógio da vida propõe a fazer com o tempo.

Apenas não trata-se de escolhas quando minha mão percorre sua nuca e por Deus suplica para que tal fogo continue ardendo e atravesse as nossas almas.

Somos imigrantes de um amor repleto de contextos, porém incapazes de escrever o próprio romance, insistindo ao fracasso anterior que por alguma razão foi abortado como mariposas voando ao redor da lâmpada.

Transbordo- me de suas crenças com religioso prazer para segurar tua mão no fim deste rio repleto de ideais e lhe fazer compreender que em meu peito guardo a tua morada e somente a ti reservo tamanha importância.

Você insistiu para não partir,  porem nunca disse para permanecer, oferecendo- me parte de suas vaidades como tributo.

Figura- se alguém que encontra poesia no breu, todavia não entregas o fundamental e a que tenho tanto preso,  a verdade sobre nós.

domingo, 19 de julho de 2015

Sophia







Outro lance de escadas, com as mãos sujas toquei as vestes do céu.

Secou- me os olhos e hidratou-me a garganta que tanto chamou pelo nome desesperadamente a procura de amor.

Não possuí sinais vitais, cura equivalente para o silêncio no quarto de paredes amarelas que tão pouco ventila o oxigênio que necessito, então por que esperar você entrar por aquela porta?

Estou no topo do mundo onde os pulmões não sabem trabalhar sozinhos, é onde tua boca esquece meu nome e vivemos individualmente nossa necessidade de amor como  dois estranhos ao cruzar a rua.

A noite não tarda a chegar com seus olhos sobre os inocentes apaixonados, aguardando-os perecer em sua própria solidão, porém tamanho temor é como um simples dia nublado em uma realidade onde o que sinto é jogado em seu próprio rio de águas correntes e parte para um imenso mar, caindo em total esquecimento...

sábado, 20 de junho de 2015

Luz dos olhos




A maneira com que o sol entrelaça sua luz e calor nas folhas de uma árvore sob a vontade de Deus, foi a melhor descrição que pude alcançar.

Busco no profundo de minha alma equivalente leitura sobre tamanha sensibilidade com que seu rosto compõe seu sorriso pois tanto conheci o mundo e jamais as palavras fizera- se ausentes diante dos olhos.


Sua existência desconstrói minha realidade, afronta minhas regras e em meio a toda essa guerra introspectiva pego- me sorrindo por saber que alguém apenas foi capaz de tudo isso sem saber

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Marinheiro





Qualquer novo adeus não cabe em meu peito. A imensidão do mar atrai meus desejos ocultos por pura solidão, mas tamanho oceano jamais será profundo o suficiente para tocar minha alma assim como seu sorriso.

Escolhi a cor branca das paredes de meu quarto, a qualidade insignificante do vinho em minha taça, mas jamais desejei outro novo amor que tanto me devasta o peito.

Cale minha boca, cuspa-me o rosto, todavia não me diga que ama, por Deus! Meus dias será ainda suportáveis pois me acomodei em lhe ver como utopia.

Que o despertar de sua voz em meu corpo se dissolva com o som das ondas quebrando no casco e que os ventos leve carregue para longe o perfume seu que persiste em minhas vestes.


Deveria eu, marinheiro, temer fortes ventos ou uma imensa tempestade, mas ambas jamais paralisaria- me os membros como esse seu jeito meigo de sorrir

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Ondas Curtas





Persisto... Mesmo crente das possibilidades que você escute minha voz sejam remotas.

O rádio está ligado, navegando em ondas curtas, atravessando o oceano de sua indiferença, moldando uma ponte entre o abismo que nos separa.

Desculpe me,  opções são ausentes, nossa canção toca na frequência do velho rádio e atravessa o peito como afiada lança, desmembrando as vibrações da melodia no aço fundido sobre incalculável temperatura.

As ondas compõe o nosso amor e se difunde em um espaço  de tempo onde eternamente escrevemos nosso egocêntrico conto de fadas, o exato momento onde estamos prontos para morrer por ele.

Leio os meus rascunhos açoitados de saudades entre um cigarro e uma locução pirata qualquer, esperando por Deus que em um dia remoto algo toque seus ouvidos.


Que a nossa canção transcenda meu peito e chegue ao seu alcance mesmo que seja em uma oração e através dela possa dizer o que o nosso orgulho nunca nos permitiu depois de tudo

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Espada





Foi em uma mesma noite como esta onde jurei meu amor a ti, banhado sobre a luz divina das estrelas que me acompanham até os dias de hoje.

Muitos pereceram nos campos de batalha e a cada nova perda, a lâmina de minha espada era alimentada por um novo desejo de justiça ao qual ardia como brasa e estremecia cada parte de meu corpo.

A espada dançou com os ventos e o som de guerra era emitido de sua lâmina ao encontrar o peito de aço que resguardava o inimigo, mas nada trouxe- me satisfação após tanto conflitos onde fogo, cinzas  e sangue foram os cenários constantes. A causa foi justa segundo meu coração, porém havia um coração longe e descontente em meu peito.

Por justiça ergui a espada na direção de meu inimigo e por amor perdi a guerra. O pelotão foi vitorioso em grande parte das batalhas ali traçadas entre furiosos e livres gritos por paz. Assim decidi que minha espada jamais voltaria para o conflito novamente.

Após 6 anos nos descampados terrenos de uma civilização distante, retornei para casa com o fim da guerra acompanhado de medalhas e uma garrafa de vinho. A paz pela qual tanto lutei não foi encontrada ao rolar da cabeça de meu adversário.

Muitos anos se passaram e o corpo cansado do constante fervor da luta, já não respondia com pontualidade o golpear da espada empunhada pois as técnicas se perderam com a ausência de guerra. A maturidade do tempo cobriu meus ombros e a lâmina jamais voltou a ser minha justiça.

Ao passado entreguei minha arma, as lembranças do fervor da guerra sepultei no túmulo de quem um dia jurei amor...


Guardo em um repouso o homem de batalhas que fui para que hoje, em silêncio, possa empunhar a solidão que tanto  resguardei no peito em uma mesma noite como essa a qual jurei meu amor por ti

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Obrigado Tempestade






Pago o preço por carregar o amor como um amigo íntimo e no fim não possuir o ódio como direção. Não sou capaz de empunhar uma espada e desferir golpes brutais contra o mesmo sentimento que antes casou um utópico desejo de eternidade. Macular uma história é confortável e o alívio imediato como uma dose de morfina, porém não me coube tamanha covardia no peito.

Possuir um passado de erros e confusões parcialmente resolvidas não faz- me mais forte, jamais fez alguém assim, é esperar muito de um nó que você mesmo confeccionou, a dor apurada e sua essência converte- se em sabedoria e lhe remete a apreciar a simplicidade até mesmo do caminhar de seus passos na orla da praia pois no mais escuro lado de seu coração não são apenas seus sonhos realizados que de fato lhe faria feliz, completo, a verdade é que estranhamente eles são apenas algo secundário, criado para pontuar e acompanha- lo em um objetivo em comum, ser feliz, logo os sonhos são suas ferramentas somadas a um conjunto de fatores em seu meio ambiente para alcançar a felicidade.


O que falo não é absoluto, não caminhei o suficiente para tal mérito ou vaidade, sou feito de barro e outra tempestade pode levar  novamente uma parte de mim causando outro resultado catastrófico como antes, todavia assim é a vida em seus feitos e ainda sim, por mais inconstante que possa se viver, sempre tenho bons motivos para erguer minhas mãos e apenas agradecer por ela pois creio que só de sorrisos não vale uma vida

sexta-feira, 27 de março de 2015

Jade






Vou rezando baixinho com o coração acelerado, virado ao avesso, sentindo você arrepiar- se com minha mão gelada em sua nuca enquanto sussurro uma nobre declaração nunca antes proferida aos seus ouvidos.

Aos poucos jogo seus medos nos cantos do quarto, faço promessas absurdas, navegando nos seus pensamentos sem radar, pronto para mudar sua história.

Seus olhos fecham- se, entregues aos meus cuidados, reféns de meus sórdidos e irracionais desejos, certos de que em boas mãos se encontram.

Vou deslizando a mão em seu corpo de forma suave enquanto ele se contorce como resposta, é quando me asseguro de estarmos certos e suados, porém totalmente perdidos e possuídos por um desejo absoluto de amar.

A chuva chegou, posso ouvir as gotas tocando o telhado, batizando a noite em que descobrimos o amor em sua forma  primitiva.
Você adormeceu em meus braços, seu rosto possuía uma aparência leve e sóbria, abençoada por natureza, sem temor algum.


Ao som da chuva como trilha, seu cheiro espalhado nas paredes e seu gosto que persistiu em minha boca, adormeci aos pouco ao seu lado, transbordando do meu mais puro amor, sem pecado algum...   

quarta-feira, 18 de março de 2015

Gone Away




Desenhei com giz nosso amor no chão do quintal de casa, sem esperar que a chuva o levasse para nunca mais.

Não sobrou cinzas do sorriso que tanto admirei ao amanhecer, mesmo com as tuas juras de amor tatuadas nas paredes do quarto.

Não lembro do teu rosto... mesmo olhando muitas vezes para o espelho que tanto refletiu tua face.
Deixa passar porque amanhã é certo que chove como um dia choveu aqui a gota d'água que com cirúrgica precisão cai sobre o rosto e borra a maquiagem.

Aos pranto vai acordar de uma péssima noite de sono onde sonhou um futuro diferente ao qual escolheu.

Vai jurar por Deus e esconder a culpa no próximo como sempre o fez, cujo o amor maltrapilho e inseguro, não tem outra opção.


Antes fosse saudade ou algo equivalente para ao menos não caminhar vazio, mas o tempo levou até mesmo seu nome de minha boca e já não sou capaz de te encontrar entre a primeira e a segunda dose de uma bebida barata  

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Ellen






O céu abriu para contemplar o sorriso que você me lançou no fim de tarde e a sombra que surgiu no asfalto não causou mal algum.

O Vento tocou seus lábios como reverencia sobre a arte composta por eles em seus relevos, desejando te- los durante sua passagem por alguns instantes.

O perfume que exala de seus cabelos afronta- me constantemente, entorpecendo, ocupando o espaço curto entre nossos pensamentos, criando uma pontes imaginária entre nossas vidas.

Seus olhos permaneceram atentos e fixados sobre os meus e por alguns momentos temi... O medo apoderou- se de meu coração diante do receio que estes olhos pudesse descobrir meus pecados e repudia- los junto a mim, porém você subitamente quebrou o instante seguinte com um sorriso doce e profundo ao qual transbordou imensurável redenção.