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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Diário de Bordo





As orações encontram o coração, ganhando o dia quente e os ouvidos de Deus, iniciando a breve harmonia sobre outro coração perverso.

O radio do carro toca uma canção sobre saudade, cria sua atmosfera corrompendo os ouvidos com sentimentos que não habitam a alma, sentimentos que outrora não couberam na bagagem e ficaram para trás, provocando o efeito onde o pintor em seu vasto catálogo de inspirações, por ocasião nada o remete a pintar.

Em uma estrada já distante de qualquer segurança, logo vem outro coração partido em um sentido oposto, tratando o amor com religioso desprezo, desafiando a aderência do asfalto, cruzando o mundo como o culpado foge evitando a sua pena.

A tempestade vem adiante acuar a brincadeira das crianças em uma cidade onde repousarei, nuvens negras intimida e cerca a região,  causa o espanto entre os habitantes que indagam tamanha fúria da natureza. O panorama apocalíptico entrega a plena sensação de reproduzir em estado físico o que a alma esconde em sua mais profunda existência e incontrolavelmente faz- me sorrir diante de sua espantosa arte.

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