Foi em uma mesma noite como esta onde jurei meu amor a ti,
banhado sobre a luz divina das estrelas que me acompanham até os dias de hoje.
Muitos pereceram nos campos de batalha e a cada nova perda,
a lâmina de minha espada era alimentada por um novo desejo de justiça ao qual
ardia como brasa e estremecia cada parte de meu corpo.
A espada dançou com os ventos e o som de guerra era emitido
de sua lâmina ao encontrar o peito de aço que resguardava o inimigo, mas nada
trouxe- me satisfação após tanto conflitos onde fogo, cinzas e sangue foram os cenários constantes. A
causa foi justa segundo meu coração, porém havia um coração longe e descontente
em meu peito.
Por justiça ergui a espada na direção de meu inimigo e por
amor perdi a guerra. O pelotão foi vitorioso em grande parte das batalhas ali
traçadas entre furiosos e livres gritos por paz. Assim decidi que minha espada
jamais voltaria para o conflito novamente.
Após 6 anos nos descampados terrenos de uma civilização
distante, retornei para casa com o fim da guerra acompanhado de medalhas e uma
garrafa de vinho. A paz pela qual tanto lutei não foi encontrada ao rolar da
cabeça de meu adversário.
Muitos anos se passaram e o corpo cansado do constante
fervor da luta, já não respondia com pontualidade o golpear da espada empunhada
pois as técnicas se perderam com a ausência de guerra. A maturidade do tempo
cobriu meus ombros e a lâmina jamais voltou a ser minha justiça.
Ao passado entreguei minha arma, as lembranças do fervor da
guerra sepultei no túmulo de quem um dia jurei amor...
Guardo em um repouso o homem de batalhas que fui para que
hoje, em silêncio, possa empunhar a solidão que tanto resguardei no peito em uma mesma noite como
essa a qual jurei meu amor por ti