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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Stella






Algo esteve errado por tanto tempo, a mentira que Stella pensou proteger- la, hoje aprisiona seu coração. Não coube na régua, o ideal foi distantes como as pontas de seus dedos tentando alcançar as estrelas.

Daniel é o último da fila, aguarda sobre qualquer circunstância, enquanto Stella escolhe outro sorriso para retribuir, aposta seu coração em outro jogo certa que desta vez não existe outra alternativa se não a vitória.

Daniel aconselha, protege e distribui uma doçura imensurável e em meio a sua dor Stella o procura ao fim de outro erro.

 Daniel não encaixa embora a medida seja exata, ele não existe mesmo abraçando seus pecados enquanto o restante a repudia diante de seu fracasso. A bondade deste homem lhe faz nova outra vez e logo Stella retorna ao início de sua extensa fila, todos esse olhos famintos voltam suas garras para a menina cujo o coração assemelha- se ao de Deus.O rapaz permanece em fila, seja qual for o seu número ou o temporal que castiga o ambiente.

Stella nunca compreende Daniel, ele sempre possuiu a certeza sobre algo contido na moça que até o momento outro homem não soube desvendar.O coração de Stella  não mede justiça, em suas fila existe as prioridades e o rapaz cada vez mais distante vive entre suas escolhas e sua dor como o padre do fiel e seu pecado.

Daniel observa aqueles que abandonam a fila, entre os que permanecem, um outro homem lhe joga uma piada, caçoa de sua condição, disserta sobre sua tolice comparando  ao mais estúpido homem em solo terrestre, mas nada é absorvido ao coração.


Stella vive um diálogo com sua fita métrica, ela convence seus olhos para outra hora congestionar o peito de uma nova dor, para que o nobre rapaz venha iluminar tuas vestes e lhe redimir de seus fracassados modelos de amor, condenar- se aos círculos medindo tudo com a sabedoria irracional de um animal cujo o valor é retirado de um instinto. Ela vive a certeza que sempre Daniel estará na fila, mas hoje ele não foi...

terça-feira, 14 de junho de 2016

Eva









O vento congelou a emoção e o horizonte cortou ao meio a luz da tarde que partia quando o escuro resplendor de nuvens que consigo espalhou o véu da noite encontrava nossos olhos.

Nossos passos seguiram abençoados e decididos por não macular este momento, dispostos a desvendar os inalcançáveis segredos do amor em um mais profundo oceano de desencontros.

A indecisão foge ao peito, parece não encontrar o medo que alimente seu estado, subitamente corre para longe de nossos corpos como um animal selvagem recua ao homem hostil.


Seguimos sonhando e transbordando a paz em distancias semelhantes as nuvens  sobre nós, como quem acredita na eternidade de nossa existência, como quem insiste em permanecer amor enquanto deixa de existir.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Entrelaçados







Suas unhas desceram suavemente por cada vértebra, tatuando minha pele com os seus instintos, preservando o mais primitivo calor entre dois corpos até a total exaustão.

Entre formas opostas, entre extremos nos encontramos ao centro, usufruindo do íntimo desejo de viver, contestando qualquer regra terrestre entre a cama e o teto, onde as paredes não serão capazes de nos julgar.

As mãos trocam conhecimento, desliza sobre os corpos em um tango argentino de raiz, honestas em nossa geografia e sedentas por encontrar o ápice de nossos desejos.

O encontrar de corpos transporta- nos para outra realidade acima de qualquer pecado ou santidade, onde não existe o receio de viver.

Aos ouvidos ecoam os sons do quarto, a música encontra  sua identidade  entre os ruídos de nossos gestos  e o som do relógio ao lado da cama, orquestrando cada novo movimento, cada nova promessa de felicidade, cada novo amanhecer em que revigora nossos votos.

As imperfeições desligam- se a um novo tocar de lábios, sobre a reação instintiva  de encolher- se  ao encostar em sua nuca, ao encontrar nossos sonhos abrigados em outro espasmo que lhe faz sorrir e desejar mais de cada décimo de segundo em que nos embriagamos deste ritual.

Ao fim chegamos aos céus, completos, expostos e indestrutíveis para em outro momento queimar novamente.