Rodrigo inicia os preparativos necessários ao seu barco, cumprimentado
o mar e reverenciando a poesia em azul que o mesmo projeta em sua superfície, agradecendo
ao sol que pontualmente desfigura o breu e os perigos escondidos em trevas cuja
a luz artificial é incapaz de revelar.
Reconhece a saudade em passos solitários de alguém que segue
caminhando sobre a areia da praia, desconstruindo a obrar do mar com seus
passos livres.
O coração legitima as
histórias que seus lábios retratam com riqueza de detalhes, reflete o homem que conheceu o mundo de Reis
e não pereceu diante destes.
Rodrigo reconhece a vaidade em seu peito, profundo como o
mar que navega, rejeita as armadilhas de uma solidão desonesta que propõe o
despertar de outra saudade.
Em condição frágil e rodeado de perigos, Rodrigo descansa
sobre o manto de seu protetor pois compreende o amor em todas as suas formas,
ocasionando o efeito que transcende os
ponteiros do relógio, ligando espiritualmente a criatura ao seu criador.
O vento alerta as mudanças do tempo, encontra as águas e
dita a trajetória segundo sua vontade. Rodrigo encontra o seu limite e finaliza
os seus trabalhos oferecendo gratidão ao seu sucesso.
Retorna ao lar com uma
nova experiência, semelhante ao mar, pois é certo que amanhã será o mesmo
oceano esperando o pescador, todavia nunca as mesmas águas.
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