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quinta-feira, 2 de março de 2017

Blessed





Rodrigo inicia os preparativos necessários ao seu barco, cumprimentado o mar e reverenciando a poesia em azul que o mesmo projeta em sua superfície, agradecendo ao sol que pontualmente desfigura o breu e os perigos escondidos em trevas cuja a luz artificial é incapaz de revelar.

Reconhece a saudade em passos solitários de alguém que segue caminhando sobre a areia da praia, desconstruindo a obrar do mar com seus passos livres.

O coração legitima  as histórias que seus lábios retratam com riqueza de detalhes,  reflete o homem que conheceu o mundo de Reis e não pereceu diante destes.

Rodrigo reconhece a vaidade em seu peito, profundo como o mar que navega, rejeita as armadilhas de uma solidão desonesta que propõe o despertar de outra saudade.

Em condição frágil e rodeado de perigos, Rodrigo descansa sobre o manto de seu protetor pois compreende o amor em todas as suas formas, ocasionando o efeito que transcende  os ponteiros do relógio, ligando espiritualmente a criatura ao seu criador.


O vento alerta as mudanças do tempo, encontra as águas e dita a trajetória segundo sua vontade. Rodrigo encontra o seu limite e finaliza os seus trabalhos oferecendo gratidão ao seu sucesso. 

Retorna ao lar com uma nova experiência, semelhante ao mar, pois é certo que amanhã será o mesmo oceano esperando o pescador, todavia nunca as mesmas águas.

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