As orações encontram o coração, ganhando o dia quente e os
ouvidos de Deus, iniciando a breve harmonia sobre outro coração perverso.
O radio do carro toca uma canção sobre saudade, cria sua
atmosfera corrompendo os ouvidos com sentimentos que não habitam a alma,
sentimentos que outrora não couberam na bagagem e ficaram para trás, provocando
o efeito onde o pintor em seu vasto catálogo de inspirações, por ocasião nada o
remete a pintar.
Em uma estrada já distante de qualquer segurança, logo vem
outro coração partido em um sentido oposto, tratando o amor com religioso desprezo,
desafiando a aderência do asfalto, cruzando o mundo como o culpado foge
evitando a sua pena.
A tempestade vem adiante acuar a brincadeira das crianças em
uma cidade onde repousarei, nuvens negras intimida e cerca a região, causa o espanto entre os habitantes que
indagam tamanha fúria da natureza. O panorama apocalíptico entrega a plena
sensação de reproduzir em estado físico o que a alma esconde em sua mais
profunda existência e incontrolavelmente faz- me sorrir diante de sua espantosa
arte.