Meia carteira de cigarros para ouvir suas inteiras angústias de amor soltas entre uma dose e outras na bancada do bar.
Abraça-me com um velho amigo de infância e conte- me a razão destes olhos vermelhos e deste whisky com gelo pois tenho a noite de chuva e bosa nova para ouvi la.
Fale deste amor e a arte que o envolve em seus braços, cite Tom Jobim ou qualquer outro poeta falecido e ainda moderno, pontuais em suas palavras tão quanto o frio previsto para a semana no jornal.
Desvende seus próprios rabiscos no guardanapo com a caneta do garçom. Diga- me porque tanto ama?
Trace suas metas para o dia de ressaca, academia e trabalho, banco de horas na empresa ou o banco de espera no ponto de ônibus, quem sabe? Aguarde a decisão no banco do bar a próxima dose ou o pedido sorrateiro do garçom para você se retirar, talvez seja o fato mais sóbrio e concreto ao fim de sua noite.
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