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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Espada





Foi em uma mesma noite como esta onde jurei meu amor a ti, banhado sobre a luz divina das estrelas que me acompanham até os dias de hoje.

Muitos pereceram nos campos de batalha e a cada nova perda, a lâmina de minha espada era alimentada por um novo desejo de justiça ao qual ardia como brasa e estremecia cada parte de meu corpo.

A espada dançou com os ventos e o som de guerra era emitido de sua lâmina ao encontrar o peito de aço que resguardava o inimigo, mas nada trouxe- me satisfação após tanto conflitos onde fogo, cinzas  e sangue foram os cenários constantes. A causa foi justa segundo meu coração, porém havia um coração longe e descontente em meu peito.

Por justiça ergui a espada na direção de meu inimigo e por amor perdi a guerra. O pelotão foi vitorioso em grande parte das batalhas ali traçadas entre furiosos e livres gritos por paz. Assim decidi que minha espada jamais voltaria para o conflito novamente.

Após 6 anos nos descampados terrenos de uma civilização distante, retornei para casa com o fim da guerra acompanhado de medalhas e uma garrafa de vinho. A paz pela qual tanto lutei não foi encontrada ao rolar da cabeça de meu adversário.

Muitos anos se passaram e o corpo cansado do constante fervor da luta, já não respondia com pontualidade o golpear da espada empunhada pois as técnicas se perderam com a ausência de guerra. A maturidade do tempo cobriu meus ombros e a lâmina jamais voltou a ser minha justiça.

Ao passado entreguei minha arma, as lembranças do fervor da guerra sepultei no túmulo de quem um dia jurei amor...


Guardo em um repouso o homem de batalhas que fui para que hoje, em silêncio, possa empunhar a solidão que tanto  resguardei no peito em uma mesma noite como essa a qual jurei meu amor por ti

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