Atrás deste muro guardo o meu passado, meio copo de whisky,
fotografias e uma boa canção.
Acordo atordoado com meia dúzia de palavras, um olhar
perdido no tempo, procurando meus vícios para apaziguar essa atmosfera incandescente
que habita em meu interior.
Andei em silêncio nos acordes do violão, sóbrio e certo que
algo mudaria toda a rotina que por instantes me confunde dizendo ser intocável,
mesmo em tais condições, resta-me a fé e seguir por ela.
Viajo na poesia que existe através da janela do ônibus,
dirigindo a melodia conforme o jeito calmo com que as folhas se movem sobre as
ordens do vento, independente dos desejos do clima.
Vou chegar e sorrir como o dia em que encontrei os teus olhos
e esquecer subitamente a existência de qualquer muro, multiplicar em mil vezes
as minhas palavras e para a vida toda largar meus vícios.
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