Translate

terça-feira, 6 de maio de 2014

O Último Ato do Espetáculo





Com o decorrer dos dias, o fogo foi apagado e a fumaça foi carregada nos fortes ventos da planície, revelando assim o meu amor contra a sua indiferença.

Você alimentava o drama, procurando uma boa trilha sonora para um fim heroico, oposta a realidade e bloqueando as janelas do bom senso contra qualquer investida de minhas verdades.

Duvidei das palavras do coração, pois já não eram coerentes com os fatos registrados na retina.

Não censurei o tempo que movia os ponteiros do relógio de pulso, apenas observei as roupas criando movimentos livres enquanto penduradas no varal, encontrei mais amor sobre aqueles pedaços de tecido exalando aromas do sabão se comparados aos seus monólogos.

Troquei de cidade, acordei cedo e fui à praia. Na areia escrevi seu nome longe das ondas, aguardando a maré subir com o entardecer e assistir as ondas enfim carregar- lo ao mar do esquecimento.

Depois da tempestade você tentou sintonizar, mas encontrou uma fechadura nova na porta, insistiu em olhar nas brechas da janela, porém a casa estava vazia. Você então recolheu sua culpa e embarcou no primeiro navio para uma terra distante, sem platéia, sem aplausos. Assim como eu escrevi no último ato...

Nenhum comentário: