Com o decorrer dos dias, o fogo foi apagado e a fumaça foi
carregada nos fortes ventos da planície, revelando assim o meu amor contra a
sua indiferença.
Você alimentava o drama, procurando uma boa trilha sonora
para um fim heroico, oposta a realidade e bloqueando as janelas do bom senso
contra qualquer investida de minhas verdades.
Duvidei das palavras do coração, pois já não eram coerentes
com os fatos registrados na retina.
Não censurei o tempo que movia os ponteiros do relógio de
pulso, apenas observei as roupas criando movimentos livres enquanto penduradas
no varal, encontrei mais amor sobre aqueles pedaços de tecido exalando aromas
do sabão se comparados aos seus monólogos.
Troquei de cidade, acordei cedo e fui à praia. Na areia
escrevi seu nome longe das ondas, aguardando a maré subir com o entardecer e
assistir as ondas enfim carregar- lo ao mar do esquecimento.
Depois da tempestade você tentou sintonizar, mas encontrou
uma fechadura nova na porta, insistiu em olhar nas brechas da janela, porém a
casa estava vazia. Você então recolheu sua culpa e embarcou no primeiro navio
para uma terra distante, sem platéia, sem aplausos. Assim como eu escrevi no
último ato...
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