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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Navegando



Existem dias em que absolutamente nada pode descansar meu coração.
Lembranças de uma infância difícil, simples e honesta em um mundo beirando a consumada estupidez socialista.
Como algo tão distante de mim hoje pode estar na minha corrente sanguínea?
Situações perturbadoras perambulando como sombras nas ruas geladas da cidade, veneno do medo consumindo cada ponto vital, homem revirando o lixo sobre o silêncio da noite em uma esquina sem iluminação.
Qual é o prazer da mente ao revirar escombros onde não existe vida?
Traumas tatuados na alma, feridas abertas seguindo as décadas como suas companheiras, contra seu gosto, a favor de sua destruição.
Personagem impuro de um final feliz, trágica existência, acorrentado em dogmas, navegando em mares desconhecidos, covarde para as massas e corajoso aos olhos de Deus.

Existe um pódio do no final da corrida? Um prêmio maior, algo que recompense o caos que carrego abordo?

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